segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Gorila


A existência de gorilas foi revelada há cerca de 2000 anos. Rezam as crónicas que o chefe cartaginês Hannon, encarregado de estabelecer colónias na costa ocidental de África, onde viajou com 30000 expedicionários, referiu a existência, numa ilha do golfo, conhecida sob o nome de Corne do Sul (a actual Serra Leoa ), de grande multidão de homens e mulheres cobertos de pelo. Estes estranhos habitantes, designados «gorilhas» pelos intérpretes, fugiam lançando pedras. O gorila é o mais notável e prodigioso de todos os macacos -o maior, o mais possante, o mais estranho e também o que morfologicamente melhor alimenta a tese de uma ascendência do homem entre os símios. Habita a grande floresta, com as suas sombras densas, o seu mistério permanente de ramos exuberantes e de lianas, em cuja intimidade solene o sol nunca entra e onde as luzes são veladas e macias como as luzes das catedrais. Em Angola vive nas florestas portentosas do Maiombe, no enclave de Cabinda. Tem cerca de 1,80 m de altura, braços enormes até abaixo dos joelhos e poderosos como guindastes; um tronco tão comprido como as pernas e tão largo como os troncos juntos de 3 homens normais; um peito atlético, costas formidáveis e um ventre rotundo como balão; membros inferiores curtos e grossos -tudo isto revestido de felpa abundante, espessa, negra, apenas aliviada na palma das mãos, planta dos pés, rosto e peito. Sobre essa massa brutal de músculos e pelo assenta, quase sem pescoço, uma cabeça fantástica: larga, sem queixo, nariz espalmado, nuca larga, olhos ferozes, orelhas insignificantes, e uma boca descomunal, com dentes tão grandes como os de qualquer leão. Quando os primeiros europeus descobriram a sua existência, pensaram que o gorila era um animal muito agressivo, mas hoje sabe-se que é um gigante pacífico, que não ataca nunca, intimidando os adversários com golpes que desfere no seu peito com as mãos. Vive em pequenos grupos na selva, andando com as quatro patas no chão. Adora dormir, já que dorme mais de doze horas por noite e dorme a sesta várias vezes por dia. O seu tempo de vida oscila entre os 20 e os 26 anos. Nas selvas de Virunga já só restam cerca de 50 animais em estado

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